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O dinheiro virou byte


A corrida para conquistar as carteiras digitais reúne varejistas, bancos, empresas de pagamentos, de serviços e de tecnologia




Vender produtos e serviços pode ser lucrativo. Mas não tanto quanto negociar produtos, serviços e dinheiro — mais precisamente, dinheiro digital. É a oportunidade à frente do Mercado Livre, maior varejista online da América Latina, com 40 milhões de clientes e 15 bilhões de dólares de valor de mercado. A companhia vive um 2018 de marcos relevantes. Em março, superou a concorrente B2W e virou o maior comércio eletrônico do Brasil.




No início de novembro, anunciou a construção de um novo centro de distribuição, de 110.000 metros quadrados, em Cajamar, na Grande São Paulo, que vai triplicar a área de logística própria. Mas as conquistas mais importantes do ano são de sua financeira Mercado Pago. A divisão, criada em 2003 para facilitar a transação entre vendedor e comprador dentro do site do Mercado Livre, aos poucos passou a oferecer outros serviços, como pagamento de contas e recarga de celular. Em setembro, deu um passo além no varejo físico, no qual suas maquininhas estavam desde 2015: passou a aceitar também pagamento com código QR.




Em novembro, o Banco Central brasileiro autorizou o Mercado Pago a atuar como uma instituição de pagamentos. Isso vai permitir a seus clientes receber salários, transferir dinheiro eletronicamente e ser remunerados pelos investimentos. É um passo decisivo para um negócio que, para seus executivos, pode ser maior do que o próprio Mercado Livre. “Nascemos com o propósito de democratizar o varejo na América Latina. Agora nosso objetivo é democratizar o uso do dinheiro”, diz o argentino Marcos Galperin, fundador e presidente do Mercado Livre (veja entrevista abaixo).




Comandado há quase duas décadas por Galperin e um grupo de colegas que conheceu quando estudava na universidade americana Stanford, como o brasileiro Stelleo Tolda, diretor de operações, o Mercado Livre foi definido pela gestora Dynamo como uma empresa que mira o longo prazo com “intuições bem fundamentadas”. A intuição da vez é que a carteira digital é a peça central para manter uma trajetória de crescimento impressionante.




Desde que abriu o capital na bolsa americana Nasdaq, em 2007, a companhia com sede em Buenos Aires e em São Paulo multiplicou por 12 o valor de mercado e por 16 o faturamento, que bateu 1,4 bilhão de dólares em 2017. Fez isso buscando inspiração nas empresas mais visionárias do planeta. Da varejista americana eBay, que depois virou sócia do negócio, copiou o conceito de marketplace, em que a loja online é um ponto de contato entre vendedor e comprador. Da Amazon, utilizou conceitos como a compra com um clique e a importância de uma rede própria de distribuição. Do PayPal, emulou a solução de pagamentos digitais. Agora seus executivos miram a China, onde a varejista Alibaba e a empresa de tecnologia Tencent partem da carteira digital para oferecer uma enorme variedade de produtos e serviços a centenas de milhões de clientes. Graças a elas, na China mais de 60% das compras totais em 2017 foram feitas digitalmente.




O país que inventou o papel-moeda deve ser o primeiro a aposentá-lo, e inspira empreendedores mundo afora. “Em dez anos, o uso do dinheiro de papel tende a quase desaparecer. Vamos ser parte importante




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